domingo, 10 de outubro de 2010

Eat Pray Love



Não sei sobre o livro, que preciso ler para poder fazer julgamentos, mas definitivamente esperava muito mais do filme.
Comer, rezar, amar é mais uma dessas historiazinhas de mulherzinha em conflito por conta dos relacionamentos que não a preenche. Quem sabe a verdadeira Elizabeth Gilbert tenha passado por processos e buscas muito mais profundas e tenha sido muito mais autônoma e independente do que a chatice da personagem de Julia Roberts poderia exprimir.

Primeiramente tenho que ponderar minha falta de simpatia pela atriz, talvez isso influencie de maneira absurda minha análise. A personagem em si se mostra tão carente de vontade própria, antes e durante a viagem, que me frustra completamente como espectadora que quer encontrar sua heroína para fugir das mazelas de uma vida meio em p&b.

Toda vez que ela toma uma decisão, por mais que pareça sair de seu íntimo, as ações acontecem carregadas das essencias dos outros e não dela própria. Dos três lugares que ela visita: Itália, Índia e Indonésia, 2 delas me parece que foram decisões tomadas por outros. Na Índia ela vai atrás da guru de seu ex-namorado (típico daquelas mulheres que se transformam à imagem e semelhança dos seus homens). Em Bali ela retorna como que cumprindo a profecia de um xamã que já visitara anos antes. Até mesmo para decidir se fica com seu novo affair latino (Javier Bardem brasileiro, diga-se de passagem), ela precisa se certificar com os conselhos da sua curandeira e do seu xamã...

Acho que o filme não conseguiu captar a verdadeira busca da personagem. E no fundo do coração, apesar de ter tentado me despir de qualquer crítica ruim à Julia Roberts, o fato é que continuo achando que ela interpretou ela mesma dentro do contexto da Liss.

Os temas são profundos, mas a abordagem é tão rasa quanto a visão hollywoodiana pode alcançar.

Talvez eu me apaixone pelo livro, mas de fato não fui capturada pelo filme. Um tanto frustrante, pois corri ao cinema com meu coração aberto e uma pitadinha de inveja da mulher que largou tudo para trás e foi em busca do seu Eu despido de todas as máscaras e cicatrizes.

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