quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

when a tornado meets a volcano...

eu sou fogo, vc água...
sou fúria, vc paz...
o yin e o yang... 
o preto no branco
e talvez a luz na escuridão...
ou a sombra para te proteger do sol
e deixar sentir e libertar
essa energia de atração
de opostos e sobrepostos,
de completude e vazio,
de medos
e desejos
de coragem
e quietude.

e toda essa força,
de dor e de vidas...
porque te esperei uma existência inteira
e agora te vejo
longe e triste
através de janelas seladas de vidro

e nem toda a força desse furacão descontrolado
é capaz de derrubar essa muralha...
e o ele perde a força,
perde o sentido,
perde a vontade de existir como força da natureza
vira um sopro do que um dia foi.

não há mais busca...
por isso ele morre.

por que tentar por erros o que já se sabe descoberto?
então melhor fechar o coração,
sentar,
respirar,
fechar os olhos
e acalmar os gritos dessa alma selvagem.

domingo, 31 de outubro de 2010

Borboletas no estômago...


Pensei não ter pretensões romantizadas sobre paixões avassaladoras, hollywoodianas, inventadas pelos contos de fadas da Disney e incrustadas na mais profunda parte dos nossos pensamentos.

Pensei ser mais forte, mais racional, mais inteligente do que qualquer dessas frivolidades... Pensei e pensei... e tropecei.

E me vi, aqui, parada, chorando, não compulsivamente, mas aquele choro que não quer acontecer e se esvai assim sem você deixar, sem poder conter. E são lágrimas grossas, que deslizam pelo rosto todo e às vezes molham sua roupa, sua cama, seu chão gelado...

Porque tenho medo.
Medo de que todas as verdades horríveis sejam verdades de verdade. Porque as minhas verdades, podem não ser verdades a menos que alguém venha me provar o contrário. E eu rezo dia e noite para que esse alguém me prove o quanto estou errada e me tire dessa solidão dilacerante.

E tenho sido corajosa e forte. E sou forte. Yes, I am! E estou cansada. Cansada de ter que ser sempre forte, de ser tão independente, de ser tão corajosa... Queria poder ser só mais uma menina em busca de um amor, de romance, de borboletas no estômago...

Aprendi a ser sozinha e me bastar, mas há dias em que penso que quero abraçar o mundo e ele é tão grande... E há dias em que o sinto pequeno e tão imperfeito e tão indiferente a mim...
E sou pequena e muito grande para caber dentro de mim.
E transbordo em todas as direções... E vejo que o mundo é tão maior que minhas pequenas complicações e vejo que ele me quer livre e eu querendo me aprisionar...

só um pouquinho, porque cansei de voar sozinha...

domingo, 10 de outubro de 2010

Eat Pray Love



Não sei sobre o livro, que preciso ler para poder fazer julgamentos, mas definitivamente esperava muito mais do filme.
Comer, rezar, amar é mais uma dessas historiazinhas de mulherzinha em conflito por conta dos relacionamentos que não a preenche. Quem sabe a verdadeira Elizabeth Gilbert tenha passado por processos e buscas muito mais profundas e tenha sido muito mais autônoma e independente do que a chatice da personagem de Julia Roberts poderia exprimir.

Primeiramente tenho que ponderar minha falta de simpatia pela atriz, talvez isso influencie de maneira absurda minha análise. A personagem em si se mostra tão carente de vontade própria, antes e durante a viagem, que me frustra completamente como espectadora que quer encontrar sua heroína para fugir das mazelas de uma vida meio em p&b.

Toda vez que ela toma uma decisão, por mais que pareça sair de seu íntimo, as ações acontecem carregadas das essencias dos outros e não dela própria. Dos três lugares que ela visita: Itália, Índia e Indonésia, 2 delas me parece que foram decisões tomadas por outros. Na Índia ela vai atrás da guru de seu ex-namorado (típico daquelas mulheres que se transformam à imagem e semelhança dos seus homens). Em Bali ela retorna como que cumprindo a profecia de um xamã que já visitara anos antes. Até mesmo para decidir se fica com seu novo affair latino (Javier Bardem brasileiro, diga-se de passagem), ela precisa se certificar com os conselhos da sua curandeira e do seu xamã...

Acho que o filme não conseguiu captar a verdadeira busca da personagem. E no fundo do coração, apesar de ter tentado me despir de qualquer crítica ruim à Julia Roberts, o fato é que continuo achando que ela interpretou ela mesma dentro do contexto da Liss.

Os temas são profundos, mas a abordagem é tão rasa quanto a visão hollywoodiana pode alcançar.

Talvez eu me apaixone pelo livro, mas de fato não fui capturada pelo filme. Um tanto frustrante, pois corri ao cinema com meu coração aberto e uma pitadinha de inveja da mulher que largou tudo para trás e foi em busca do seu Eu despido de todas as máscaras e cicatrizes.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

I feel empty


Every day I think about what to write in my blog and everyday I feel I have nothing to say. This feeling is killing me inside. I feel empty!
Like an empty shell in this ocean that now seems so huge... and it's so huge. In fact, the hugeness of this beautiful and mysterious sea that is life itself will one day be where I'll sail my adventure.
But for now I just feel empty and lost.
What still keeps me sane is something similar to the feeling of hope. But it's not cause I've been pessimistic amost my entirely life. So, what it is?
I suffer from insomnia. It's horrible. It makes you think about your life and what you are doing with it. Sometimes when I finally sleep I find myself fighting to be asleep forever.
I can't feel happy while I'm working. In fact, I think that I'm a worst person when I'm working... a killing machine, a tractor, a weird fast and furious machinery.
Therefore I feel a certain kind of dark pleasure. I like puzzles and stuffs like that. I think I like to prove myself that I can do better or purely that I can and full stop.
Every day I think a different reason to escape. And every day I think about a new solution.
But they just survive a few hours, sometimes a few days.
And days goes by and I'm still here... in the same spot, the same hole in my stomach, the same frustration, the same fear of never knowing anything about my life...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Descanse em paz, Cindynha!



Sentirei saudades da neguinha...

Penso que foi ela quem nos escolheu e não o contrário... Era a cadelinha mais sapeca e alegre...
Lembro de várias historinhas muito engraçadas, boas recordações que serão eternas em nossas memórias. Foram dezessseis anos de nossas vidas, mais da metade delas com essa companheirinha ao nosso lado. Ela lutou até o último momento e coube a nós três a decisão de aliviarmos o sofrimento da nossa Cindy.
Foram semanas terríveis. Não sabíamos mais o que fazer... Foram 3 hospitais diferentes, várias clínicas, incontáveis médicos, exames e muitos muitos medicamentos...
Tivemos esperanças de que ela melhorasse se fosse realmente um AVC... teríamos que esperar para que as injeções de enzima fizessem efeito. Mas o quadro só piorava e ela já não controlava os movimentos, não conseguia comer sozinha, nem fazer as necessidades, nem andar ou ficar sentada. Hoje ela mal conseguia beber água, vomitou muito e a paralisia intercalada com os movimentos involuntários foi ficando cada vez pior. A cabecinha dela só conseguia ficar virada para a direita e ela só ficava no colo e posicionada para o lado direito. Percebemos que ela já não conseguia dormir. Demos o diurético na veia, ela chorava muito e não conseguiu urinar.
Era hora de tomar uma decisão. A metástase no pulmão deve ter ido para o cérebro e deveria ser a causa de todo esse problema neurológico. Não poderíamos fazer uma tomografia já que ela, pela idade avançada não suportaria a anestesia.
Novamente corremos para o hospital lá em Santo André (do Dr. Hato, ótimo, por sinal). Queríamos que fosse o menos doloroso, o menos traumático possível e escolhemos esse hospital por sentirmos muita confiança nos profissionais e estrutura de lá. Para se ter uma idéia, se seu animalzinho precisar de internação, vc pode acompanhá-lo em um quarto privativo para vcs, como um hospital de verdade.
Chegamos lá com a decisão de aliviarmos o sofrimento dela. Nesse momento, minhas irmãs já estavam aos prantos. Eu tentava me segurar e ser um porto firme para elas. Fui até o balcão assinar os papéis de autorização. Ao ler, segurar a caneta e começar a preencher não consegui segurar a dor, as lágrimas turvaram minha vista e um medo horrível me inundou.
Ficamos a semana toda pensando nisso, mas nunca sentíamos que era a hora. E percebemos que nunca sentiríamos isso... Não podíamos esperar a Cindy nos dizer que precisava partir...
Entrei na sala. Ela deitadinha, na mesinha ao lado as seringas e minhas irmãs ao lado dela.
Queríamos estar ao lado dela nesse momento para que ela se sentisse segura. Minha irmã foi conversando com ela enquanto a veterinária aplicava o sedativo. Já estava apagadinha e era a hora da eutanásia. Era uma injeção cor de rosa. A vet aplicou vagarosamente e nos explicou q paralizava o coraçãozinho dela e q ela não iria sofrer nada pois estava totalmente sedada.
Acompanhamos o líquido entrando no corpinho dela e o último respiro. O coraçãozinho parou. E ela se foi.
Foi uma dor muito grande.
Saímos de lá sem rumo. Voltei dirigindo porque minha irmã mal conseguia andar...
Cheguei em casa e me deparei com o vestidinho dela, a malinha dela de remédios... as caminhas, os brinquedinhos... Por um momento o gato passou do meu lado e eu tive a impressão de que fosse ela... Vai se difícil me acostumar, porque ainda parece q ela vai entrar no quarto e deitar ao pé da minha cama... ou que vai arranhar a porta para entrar...
Uma vez, quando ainda filhote, ela fez xixi na casa da minha avó e ao ver aquilo no meio da sala minha irmã deu uma bronca nela. Ela saiu correndo para o quintal, buscou um pano de chão e trouxe para limpar a sujeira!
Outra vez, enquanto eu levava o lixo para fora do apartamento, ela saiu e não a vi. Fechei a porta e ela ficou para fora. Como a porta das escadas estava aberta, ela desceu até o terceiro andar onde morava nossos amigos que sempre visitávamos com ela e que ela adorava. Arranhou a porta até abrirem e levamos um susto quando nos ligaram dizendo q ela estava lá fzendo uma visitinha...rs
É isso. Uma parte da minha vida se foi. Um ciclo se fechando. É o implacável tempo nos lembrando da perenidade e fragilidade da vida...
Fico pensando se existe vida após a morte para os animais... Nem sabemos se existe para nós humanos, certo?
Melhor parar de pensar e agradecer pelos dezesseis felizes anos das nossas vidas com a alegria da companhia dela ao nosso lado.

Descanse em paz, Cindynha!




quarta-feira, 26 de maio de 2010

Love next door


Toda manhã acordava ansiosa pelos breves segundos de tensão gostosa ao entrar no elevador e trocar meia dúzia de palavras com o que uma adolescente designaria como "o homem mais bonito e charmoso de todos os tempos".
Sim, meu vizinho era um sonho. Bom, ao menos aos olhos de uma garota ingênua e apaixonada. Esse ritual se repetia todos os dias. Ambos saíamos super cedo de casa e assim que eu apertava o botão do elevador rezava para que ele já estivesse lá no andar de baixo esperando por mim. Nunca tive que subir novamente para esperá-lo. Ele sempre estava lá, me esperando no andar de baixo. E meu coração disparava antes mesmo da porta se abrir.
Me lembro de ter comentado que queria me tornar psicóloga. Também me lembro dele ter me oferecido carona uma vez ou outra, mas aceitar seria além dos meus limites para a época, claro.
Com o tempo passamos a nos comunicar de outras formas. Seu quarto era exatamente embaixo do meu e assim fui descobrindo seu gosto musical e percebemos nosso gosto mútuo por música bem alta. Descobri que ele também gostava de Queen e descobri como podíamos nos comunicar através da música. Eu colocava a caixa de som bem pertinho da janela e vice-versa.
Me lembro da sensação gostosa de saber que aquela música estava sendo tocada para mim. Saber que ele escutava o que eu tinha para dizer através da música que eu fazia ecoar através da vizinhança toda com minha super potente caixa de som. E nunca passou disso. E um dia ele se mudou e nem ao menos soube seu nome. Ou talvez ele tenha me dito e eu o esqueci. Mas o importante permaneceu. A lembrança daquela taquicardia toda vez que a porta do elevador se abria. A lembrança de fins de semana na janela escutando a música que ecoava da janela de baixo. A lembrança de aprender a se comunicar com a linguagem do amor.
É assim que me recordo desta história. Talvez não tenha sido exatamente dessa forma. Talvez muitos dias possa ter sofrido sem encontrá-no no elevador na hora determinada. Talvez nem todas as músicas tenham sido tocadas. O fato é que, aconteceu no meu coração e minha alma gravou assim, desse jeitinho que te contei.
Love, love, love. Nesta arte, seremos eternos aprendizes, porque se um dia você se sentir muito velho para amar, estará perdido para sempre na amargura de uma vida tediosa.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Em 6 anos eu vou ter um filho, com ou sem um pai!"


Não acredito em casamento. Ainda acredito em família. E amizade, poucas.
Já provei para mim mesma o quanto consigo ficar só.
Um café solo, chegar e sair sozinha nas festas, no backpacking, nas estradas, na vida... Quase sempre. Faço amizades facilmente.
A vida é mais doce se cercada de pessoas.
Eu me basto. E até gosto da solidão. Chegar em casa cansada e deitar no silêncio... Desligar do mundo.
Medo. Medo de me tornar cada vez mais egoísta.
O outro demanda sacrifícios que uma pessoa que se basta não quer ter o trabalho de lidar.
Quero saber compartilhar e cultivar meu altruísmo, minha compaixão, minha compreensão...
Ando muito sem paciência, comigo e com os outros.
É essa minha relação com a vida, cercada de mim mesma e apenas preocupações comigo mesma.
Algo me incomoda. Esse vazio.
Essa inveja da futilidade e da ignorância alheia.
Talvez eu precise de um filho para amar e me doar. E adoçar mais minha vida.
Alguém para me dar preocupações bobas e pueris. Assim paro de me auto-analisar e analisar os outros. E me irritar.
Devo estar ficando louca. Devem ser os hormônios. Quem me conhece sabe... Sou contra a multiplicação desordenada de seres humanos.
Já há muitas pessoas no mundo. Muitas catrástofes. Muita desordem e decadência.
Mas por que não?
Aprender a abrir mão de coisas importantes para vc mesmo em prol de um outro que depende de vc...
Então digo:

"Em 6 anos eu vou ter
um filho,
com ou sem
um pai!


domingo, 4 de abril de 2010

Traições


Hoje descobri que meu pai tem uma filha com alguém que desconheço.
Já não tenho desculpas para me sentir vítima, já sou adulta e racionalmente deveria entender e aceitar a situação.
Mas a única coisa que consigo sentir nesse momento só pode ser descrito como RAIVA.


Raiva de todos os homens que me decepcionaram durante toda minha vida. Uns mentiram, outros esconderam e dissimularam, muitos não me apoiaram quando precisei, outros deliberadamente me iludiram pelo prazer do esporte.
Me sinto traída na alma.

Bom, paro por aqui meu showzinho de melodrama barato. E entra agora a verdade nua e crua.

Fico pensando naquela psicóloga cretina que afirmou que a infidelidade é algo importante para os homens se definirem na sua masculinidade e individualidade.
Bullshit!!
Eu mesma algumas vezes afirmo e reafirmo a diferença dos sexos, mas nem por isso justifico a incongruência masculina pela falta de respeito e egoismo exacerbados. E em geral os homens são assim porque os permitimos serem assim. São as mães imbecis incentivando e mimando esses infelizes, são as namoradinhas estúpidas e abobadas acreditando em todas as mentiras deslavadas, esposas aceitando todo tipo de humilhação em favor da manutenção da sua baixa auto-estima depenada por anos de sofrimento.

A mulher é a culpada de tudo isso, porque tem medo da solidão, porque não sabe viver sem a função de mãe, de mantenedora, de amiga, de psicóloga, de consolo, de colo, de apaziguadora e o caralho... Ela quer tanto ser aceita que vira uma palhaça problemática.
Ela pensa que pode ser a solução dos problemas masculinos, quando na verdade o caminho dela deveria ser o inverso: resolver os seus problemas primeiro, que aliás são muitos hoje em dia...

Ela pensa que pode mudar o indivíduo, pensa que pode ser melhor que a namorada ou esposa, pensa que pode completá-lo com seu amor... Chega a ser ridículo...

E me pergunto: como posso eu em sã consciência almejar constituir uma família, se não posso compartilhar da hipocrisia generalizada de um casamento baseado em falsas premissas. Se carrego toda essa mágoa pelas traições passadas e que ainda continuam a acontecer e provar para mim dia a dia que minha mágoa tem razão de existir... Se quando menos se espera, vem esse bicho irracional e te apunhala pelas costas...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Quase 30.


Este mês completo vinte e nove anos de idade e antes mesmo de qualquer insinuação piegas sobre a difícil vida de uma mulher de quase trinta, quero apenas manifestar meu eterno agradecimento aos meus amores frustrados. Amores são amores e são sempre sublimes e perfeitos na sua imperfeição.

Posso afirmar categoricamente que perdi minha capacidade de amar em algum lugar e tempo passado e esquecido. Nem sei por onde começar a procurar...

Dizem que está no nosso DNA, que o ser humano quer amar e ser amado, que há um certo magnetismo inerente que nos aprisiona nesse sonho egoísta chamado amor.
Eu digo que não... mas posso estar errada, afinal nem tenho trinta... ainda.

Não quero entrar na discussão sobre amor vs. paixão vs. sexo vs. tesão... Aliás, dizem as más línguas, nós mulheres, misturamos tudo mesmo!

E preciso admitir que sempre tentei separar muito bem os sentimentos. Mesmo com a pulsão desenfreada e feminina gritando dentro de mim para me deixar ser mistério, poesia, metafísica.

Passei grande parte da minha vida tentando entrar em compasso com o universo, quando na verdade caminhava na direção contrária com meus discursos neo-feministas extremistas e minha soberba diante do amor.

Então foi isso. Escondi o amor numa caixinha escondida debaixo da cama, enquanto brincava de ser homenzinho. Escondi tanto que esqueci. E enxergo tudo com a brutalidade da realidade crua e sem graça. Ilusão faz-se necessária. Esperança, também.

E me vejo abandonada por mim mesma, à deriva de meus sentimentos. Lutando contra o inevitável.

Mas não sou mais uma mulherzinha de trinta desesperada por um casamento, uma família, filhos...

Eu sou mais que isso, mais complexa, mais raiva, mais vontade, mais necessidades, mais dor, mais sabor, mais cor. Me recuso a ser um corpo vazio liderado por um contingente de hormônios desenfreados. Me recuso a ser posse, ser objeto, ser sofrer... Recuso a posição de mercadoria na prateleira a espera de um terno comprador ou compulsivo usuário.

Amar tem várias direções. A primeira que nós mulheres precisamos aprender é a do amor-próprio. A outra direção... bem, vou deixar para o inusitado amanhã...

E como diria Jabor: "O amor é uma ilusão sem a qual não podemos viver."

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Carta de alforria




Acorda, garota!


Pare um momento... reflita... Deixe para trás mágoas, rancores, tristezas e dissabores. Não se apegue aos detalhes. Homens não tem a capacidade de produzir detalhes como pistas de significados. Na verdade, suas atitudes são realmente vazias e só dizem mesmo o que querem dizer na superfície, num plano direto e sem interpretações mil.

Pare de ficar olhando pro telefone, pra luzinha verde do messenger, checando sua caixa de e-mail a cada cinco minutos...

Angústia e ansiedade passam e elas só existem porque você as colocou ali. Foi você quem encheu de hipóteses todas as atitudes imbecis daquele ser. Foi você quem pensou que cada ação só tinha o único intuito de te magoar. Foi você quem superestimou a pequena inteligência masculina... Ela não existe, minha cara, e você está sofrendo à toa...

Não tente jogar xadrez sozinha, porque vai esperar eternamente a próxima jogada... Ela nunca virá e neste tempo de eterna espera, você vai enlouquecer demais tentando descobrir como vencer um jogo que nem chegou a começar.

Cuidado! Mulheres tendem a entrar na piração da outra, pois também temem que suas próprias histórias também sejam pirações. E assim cresce o ciclo das grandes pirações, carentes da figuração masculina, que aliás enquanto você pira, está fazendo outra coisa mais divertida, ou nada, que também é mais divertido do que sofrer...

Tudo isso tem uma explicação e não é nada bonita e nem feita de sentimentos elevados. Mulheres são competitivas e não sabem aceitar uma derrota. Por isso, mesmo ao final da guerra, com os corpos despedaçados ao chão, sem munição, sem soldados, sem tanques... sem nada mais restando, ainda assim, ela continua tentando, fingindo ainda ter um exército em luta. Enquanto o outro já retirou suas tropas e já está em outro território travando outras batalhas.

Então minha filha, manda pro espaço esse sabotador interno, que quer a todo custo te mandar pra guerra... Porque é tudo culpa dele! É culpa dele você ter a autoestima tão desestruturada, implorando por migalhas de atenção, criando ilusões de amores imaginários.

Você não precisa provar para o mundo que alguém se interessa por você, pelo bem ou pelo mal. Não precisa conquistar aquele terreno estéril que não vai te dar nada em troca. Você é muito mais do que isso.

Deixe morrer esses sentimentos pequenos e confusos. São histórias que nascem mortas. Não tente ressuscitação... só vai te cansar e te frustrar...

É bem sério o que eu vou te dizer agora: a culpa não é dele, é toda sua e do seu sabotador interno! Então vá viver a sua vida e esqueça dessa sua criação louca. Isso não é amor, nem desejo, nem nada... é construção! Você está mentindo para si mesma para aplacar a dor de uma existência de coração vazio. Você está gritando por atenção, mas Deus tem problemas muito maiores para resolver.

Então não seja mais tão mimada e resolva seus problemas sozinha, sem por a culpa no primeiro idiota que te aparece na frente!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

enjoy the ride



... ,


um grande passo foi dado... vc redecobriu q a força de q vc precisava está dentro de vc mesmo. Na verdade os amigos podem nos apoiar ou refrescar nossa memória, mas está td dentro de nós mesmos!

Tbm acredito q a felicidade não está lá naquele lugar longínquo e inalcançável onde sempre a colocamos... como a cenoura pendurada na frente do burrinho...

Deve ser pq o ser humano precisa de desafios para sair da inércia, mas ao mesmo tempo que o joga para o desconhecido, tbm pode fazer com q ele coloque a responsabilidade de sua felicidade em cima do externo, do outro, de uma certa situação q se quer alcançar...

Vc pode desejar ser rico, mas se um dia ganhar na megasena vai desejar de repente ter um amor, e isso não se compra, então terá outra busca e assim sucessivamente...

Portanto, ela tá aqui dentro da gente, bem pertinho...E qd vc se esquecer de onde pode encontrá-la, releia seu blog, pq a escrita é terapêutica, mas tbm pode ser um apoio para nossa memória meio fraquinha...rs Pode ser assim, cura e rendenção!

Não tem jeito, as pedras no caminho surgirão e é isso que torna nossa caminhada mais e mais divertida e viva... realmente, a sacada não é o destino e sim esse caminho que trilhamos...

Então, amigo,


ENJOY THE RIDE!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Crônica do Amor - por Martha Medeiros

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem noódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem amenor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você amaeste cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucurapor computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.