quarta-feira, 23 de junho de 2010

Descanse em paz, Cindynha!



Sentirei saudades da neguinha...

Penso que foi ela quem nos escolheu e não o contrário... Era a cadelinha mais sapeca e alegre...
Lembro de várias historinhas muito engraçadas, boas recordações que serão eternas em nossas memórias. Foram dezessseis anos de nossas vidas, mais da metade delas com essa companheirinha ao nosso lado. Ela lutou até o último momento e coube a nós três a decisão de aliviarmos o sofrimento da nossa Cindy.
Foram semanas terríveis. Não sabíamos mais o que fazer... Foram 3 hospitais diferentes, várias clínicas, incontáveis médicos, exames e muitos muitos medicamentos...
Tivemos esperanças de que ela melhorasse se fosse realmente um AVC... teríamos que esperar para que as injeções de enzima fizessem efeito. Mas o quadro só piorava e ela já não controlava os movimentos, não conseguia comer sozinha, nem fazer as necessidades, nem andar ou ficar sentada. Hoje ela mal conseguia beber água, vomitou muito e a paralisia intercalada com os movimentos involuntários foi ficando cada vez pior. A cabecinha dela só conseguia ficar virada para a direita e ela só ficava no colo e posicionada para o lado direito. Percebemos que ela já não conseguia dormir. Demos o diurético na veia, ela chorava muito e não conseguiu urinar.
Era hora de tomar uma decisão. A metástase no pulmão deve ter ido para o cérebro e deveria ser a causa de todo esse problema neurológico. Não poderíamos fazer uma tomografia já que ela, pela idade avançada não suportaria a anestesia.
Novamente corremos para o hospital lá em Santo André (do Dr. Hato, ótimo, por sinal). Queríamos que fosse o menos doloroso, o menos traumático possível e escolhemos esse hospital por sentirmos muita confiança nos profissionais e estrutura de lá. Para se ter uma idéia, se seu animalzinho precisar de internação, vc pode acompanhá-lo em um quarto privativo para vcs, como um hospital de verdade.
Chegamos lá com a decisão de aliviarmos o sofrimento dela. Nesse momento, minhas irmãs já estavam aos prantos. Eu tentava me segurar e ser um porto firme para elas. Fui até o balcão assinar os papéis de autorização. Ao ler, segurar a caneta e começar a preencher não consegui segurar a dor, as lágrimas turvaram minha vista e um medo horrível me inundou.
Ficamos a semana toda pensando nisso, mas nunca sentíamos que era a hora. E percebemos que nunca sentiríamos isso... Não podíamos esperar a Cindy nos dizer que precisava partir...
Entrei na sala. Ela deitadinha, na mesinha ao lado as seringas e minhas irmãs ao lado dela.
Queríamos estar ao lado dela nesse momento para que ela se sentisse segura. Minha irmã foi conversando com ela enquanto a veterinária aplicava o sedativo. Já estava apagadinha e era a hora da eutanásia. Era uma injeção cor de rosa. A vet aplicou vagarosamente e nos explicou q paralizava o coraçãozinho dela e q ela não iria sofrer nada pois estava totalmente sedada.
Acompanhamos o líquido entrando no corpinho dela e o último respiro. O coraçãozinho parou. E ela se foi.
Foi uma dor muito grande.
Saímos de lá sem rumo. Voltei dirigindo porque minha irmã mal conseguia andar...
Cheguei em casa e me deparei com o vestidinho dela, a malinha dela de remédios... as caminhas, os brinquedinhos... Por um momento o gato passou do meu lado e eu tive a impressão de que fosse ela... Vai se difícil me acostumar, porque ainda parece q ela vai entrar no quarto e deitar ao pé da minha cama... ou que vai arranhar a porta para entrar...
Uma vez, quando ainda filhote, ela fez xixi na casa da minha avó e ao ver aquilo no meio da sala minha irmã deu uma bronca nela. Ela saiu correndo para o quintal, buscou um pano de chão e trouxe para limpar a sujeira!
Outra vez, enquanto eu levava o lixo para fora do apartamento, ela saiu e não a vi. Fechei a porta e ela ficou para fora. Como a porta das escadas estava aberta, ela desceu até o terceiro andar onde morava nossos amigos que sempre visitávamos com ela e que ela adorava. Arranhou a porta até abrirem e levamos um susto quando nos ligaram dizendo q ela estava lá fzendo uma visitinha...rs
É isso. Uma parte da minha vida se foi. Um ciclo se fechando. É o implacável tempo nos lembrando da perenidade e fragilidade da vida...
Fico pensando se existe vida após a morte para os animais... Nem sabemos se existe para nós humanos, certo?
Melhor parar de pensar e agradecer pelos dezesseis felizes anos das nossas vidas com a alegria da companhia dela ao nosso lado.

Descanse em paz, Cindynha!




2 comentários:

  1. Ah... Denise que bonita a mensagem para lembrar dos bons momentos...triste a separação de um bichinho tão querido. beijos

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  2. ai dê... eu tenho a minha "sombra" aqui, q tb ta ficando velhinha, e soh de ler tudo isso e pensar q logo a vez dela tb vai chegar... soh de pensar ja doi... os animais deviam ser eternos, ou pelo menos ficarem com a gente o tempo q a gente estivesse aqui... mas vc ta certa... duro sempre eh, mas em vez de chorar, a gente tem eh q agradecer pelo tempo q estiveram ao nosso lado... nem todos tem a sorte de ter um ser abençoado assim! beijos!

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