sábado, 1 de janeiro de 2011

Esperando a tempestade passar...



Todos os anos, promessas para a chegada de uma nova vida...
Sempre achei q a magia de se viver fosse essa renovação de todas as coisas da vida... os ciclos... as histórias... as estações do ano... o sol que vem depois da chuva... as despedidas dos anos que se passam...
E sempre acreditei que toda vez em que eu sofresse muito, uma coisa muito boa se sucederia...
Pois bem, meu coração está todo picotadinho, feito papel depois da primeira tesoura para a criança!
E eu abri todas as janelas do meu coração, abri portas e abri cortinas, tirei tapetes, estiquei as redes, mas tropecei na ansiedade, tropecei porque queria tanto acreditar que as flores de cerejeira poderiam florescer antes da primavera... Fui gananciosa... imediatista...
Preciso aprender a PARAR... andar ao invés de correr... Sentir a brevidade da vida sem o desespero de quem vai morrer amanhã... Respirar calmamente... Deixar acontecer...
E acreditar!
Acreditar que o que é meu ninguém tira. Que minha história ninguém rouba. Que todos os clichês do mundo são legais. Que muitas e muitas pessoas estão carregando ideologias lindas parecidas com as minhas. Que a pessoa certa existe, independente da hora certa, do lugar certo, de qualquer outro parâmetro... que uma força muito maior, apesar das adversidades vai nos unir... E que não importa o tempo, o espaço...
E eu posso ser brega, ingênua, imatura e babaca... E é a melhor sensação do mundo acreditar e sentir genuinamente essa felicidadezinha bobinha que nos faz sorrir sem ter motivo, que nos faz levitar, sonhar, acreditar!
Eu espero a tempestade passar...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

when a tornado meets a volcano...

eu sou fogo, vc água...
sou fúria, vc paz...
o yin e o yang... 
o preto no branco
e talvez a luz na escuridão...
ou a sombra para te proteger do sol
e deixar sentir e libertar
essa energia de atração
de opostos e sobrepostos,
de completude e vazio,
de medos
e desejos
de coragem
e quietude.

e toda essa força,
de dor e de vidas...
porque te esperei uma existência inteira
e agora te vejo
longe e triste
através de janelas seladas de vidro

e nem toda a força desse furacão descontrolado
é capaz de derrubar essa muralha...
e o ele perde a força,
perde o sentido,
perde a vontade de existir como força da natureza
vira um sopro do que um dia foi.

não há mais busca...
por isso ele morre.

por que tentar por erros o que já se sabe descoberto?
então melhor fechar o coração,
sentar,
respirar,
fechar os olhos
e acalmar os gritos dessa alma selvagem.

domingo, 31 de outubro de 2010

Borboletas no estômago...


Pensei não ter pretensões romantizadas sobre paixões avassaladoras, hollywoodianas, inventadas pelos contos de fadas da Disney e incrustadas na mais profunda parte dos nossos pensamentos.

Pensei ser mais forte, mais racional, mais inteligente do que qualquer dessas frivolidades... Pensei e pensei... e tropecei.

E me vi, aqui, parada, chorando, não compulsivamente, mas aquele choro que não quer acontecer e se esvai assim sem você deixar, sem poder conter. E são lágrimas grossas, que deslizam pelo rosto todo e às vezes molham sua roupa, sua cama, seu chão gelado...

Porque tenho medo.
Medo de que todas as verdades horríveis sejam verdades de verdade. Porque as minhas verdades, podem não ser verdades a menos que alguém venha me provar o contrário. E eu rezo dia e noite para que esse alguém me prove o quanto estou errada e me tire dessa solidão dilacerante.

E tenho sido corajosa e forte. E sou forte. Yes, I am! E estou cansada. Cansada de ter que ser sempre forte, de ser tão independente, de ser tão corajosa... Queria poder ser só mais uma menina em busca de um amor, de romance, de borboletas no estômago...

Aprendi a ser sozinha e me bastar, mas há dias em que penso que quero abraçar o mundo e ele é tão grande... E há dias em que o sinto pequeno e tão imperfeito e tão indiferente a mim...
E sou pequena e muito grande para caber dentro de mim.
E transbordo em todas as direções... E vejo que o mundo é tão maior que minhas pequenas complicações e vejo que ele me quer livre e eu querendo me aprisionar...

só um pouquinho, porque cansei de voar sozinha...

domingo, 10 de outubro de 2010

Eat Pray Love



Não sei sobre o livro, que preciso ler para poder fazer julgamentos, mas definitivamente esperava muito mais do filme.
Comer, rezar, amar é mais uma dessas historiazinhas de mulherzinha em conflito por conta dos relacionamentos que não a preenche. Quem sabe a verdadeira Elizabeth Gilbert tenha passado por processos e buscas muito mais profundas e tenha sido muito mais autônoma e independente do que a chatice da personagem de Julia Roberts poderia exprimir.

Primeiramente tenho que ponderar minha falta de simpatia pela atriz, talvez isso influencie de maneira absurda minha análise. A personagem em si se mostra tão carente de vontade própria, antes e durante a viagem, que me frustra completamente como espectadora que quer encontrar sua heroína para fugir das mazelas de uma vida meio em p&b.

Toda vez que ela toma uma decisão, por mais que pareça sair de seu íntimo, as ações acontecem carregadas das essencias dos outros e não dela própria. Dos três lugares que ela visita: Itália, Índia e Indonésia, 2 delas me parece que foram decisões tomadas por outros. Na Índia ela vai atrás da guru de seu ex-namorado (típico daquelas mulheres que se transformam à imagem e semelhança dos seus homens). Em Bali ela retorna como que cumprindo a profecia de um xamã que já visitara anos antes. Até mesmo para decidir se fica com seu novo affair latino (Javier Bardem brasileiro, diga-se de passagem), ela precisa se certificar com os conselhos da sua curandeira e do seu xamã...

Acho que o filme não conseguiu captar a verdadeira busca da personagem. E no fundo do coração, apesar de ter tentado me despir de qualquer crítica ruim à Julia Roberts, o fato é que continuo achando que ela interpretou ela mesma dentro do contexto da Liss.

Os temas são profundos, mas a abordagem é tão rasa quanto a visão hollywoodiana pode alcançar.

Talvez eu me apaixone pelo livro, mas de fato não fui capturada pelo filme. Um tanto frustrante, pois corri ao cinema com meu coração aberto e uma pitadinha de inveja da mulher que largou tudo para trás e foi em busca do seu Eu despido de todas as máscaras e cicatrizes.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

I feel empty


Every day I think about what to write in my blog and everyday I feel I have nothing to say. This feeling is killing me inside. I feel empty!
Like an empty shell in this ocean that now seems so huge... and it's so huge. In fact, the hugeness of this beautiful and mysterious sea that is life itself will one day be where I'll sail my adventure.
But for now I just feel empty and lost.
What still keeps me sane is something similar to the feeling of hope. But it's not cause I've been pessimistic amost my entirely life. So, what it is?
I suffer from insomnia. It's horrible. It makes you think about your life and what you are doing with it. Sometimes when I finally sleep I find myself fighting to be asleep forever.
I can't feel happy while I'm working. In fact, I think that I'm a worst person when I'm working... a killing machine, a tractor, a weird fast and furious machinery.
Therefore I feel a certain kind of dark pleasure. I like puzzles and stuffs like that. I think I like to prove myself that I can do better or purely that I can and full stop.
Every day I think a different reason to escape. And every day I think about a new solution.
But they just survive a few hours, sometimes a few days.
And days goes by and I'm still here... in the same spot, the same hole in my stomach, the same frustration, the same fear of never knowing anything about my life...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Descanse em paz, Cindynha!



Sentirei saudades da neguinha...

Penso que foi ela quem nos escolheu e não o contrário... Era a cadelinha mais sapeca e alegre...
Lembro de várias historinhas muito engraçadas, boas recordações que serão eternas em nossas memórias. Foram dezessseis anos de nossas vidas, mais da metade delas com essa companheirinha ao nosso lado. Ela lutou até o último momento e coube a nós três a decisão de aliviarmos o sofrimento da nossa Cindy.
Foram semanas terríveis. Não sabíamos mais o que fazer... Foram 3 hospitais diferentes, várias clínicas, incontáveis médicos, exames e muitos muitos medicamentos...
Tivemos esperanças de que ela melhorasse se fosse realmente um AVC... teríamos que esperar para que as injeções de enzima fizessem efeito. Mas o quadro só piorava e ela já não controlava os movimentos, não conseguia comer sozinha, nem fazer as necessidades, nem andar ou ficar sentada. Hoje ela mal conseguia beber água, vomitou muito e a paralisia intercalada com os movimentos involuntários foi ficando cada vez pior. A cabecinha dela só conseguia ficar virada para a direita e ela só ficava no colo e posicionada para o lado direito. Percebemos que ela já não conseguia dormir. Demos o diurético na veia, ela chorava muito e não conseguiu urinar.
Era hora de tomar uma decisão. A metástase no pulmão deve ter ido para o cérebro e deveria ser a causa de todo esse problema neurológico. Não poderíamos fazer uma tomografia já que ela, pela idade avançada não suportaria a anestesia.
Novamente corremos para o hospital lá em Santo André (do Dr. Hato, ótimo, por sinal). Queríamos que fosse o menos doloroso, o menos traumático possível e escolhemos esse hospital por sentirmos muita confiança nos profissionais e estrutura de lá. Para se ter uma idéia, se seu animalzinho precisar de internação, vc pode acompanhá-lo em um quarto privativo para vcs, como um hospital de verdade.
Chegamos lá com a decisão de aliviarmos o sofrimento dela. Nesse momento, minhas irmãs já estavam aos prantos. Eu tentava me segurar e ser um porto firme para elas. Fui até o balcão assinar os papéis de autorização. Ao ler, segurar a caneta e começar a preencher não consegui segurar a dor, as lágrimas turvaram minha vista e um medo horrível me inundou.
Ficamos a semana toda pensando nisso, mas nunca sentíamos que era a hora. E percebemos que nunca sentiríamos isso... Não podíamos esperar a Cindy nos dizer que precisava partir...
Entrei na sala. Ela deitadinha, na mesinha ao lado as seringas e minhas irmãs ao lado dela.
Queríamos estar ao lado dela nesse momento para que ela se sentisse segura. Minha irmã foi conversando com ela enquanto a veterinária aplicava o sedativo. Já estava apagadinha e era a hora da eutanásia. Era uma injeção cor de rosa. A vet aplicou vagarosamente e nos explicou q paralizava o coraçãozinho dela e q ela não iria sofrer nada pois estava totalmente sedada.
Acompanhamos o líquido entrando no corpinho dela e o último respiro. O coraçãozinho parou. E ela se foi.
Foi uma dor muito grande.
Saímos de lá sem rumo. Voltei dirigindo porque minha irmã mal conseguia andar...
Cheguei em casa e me deparei com o vestidinho dela, a malinha dela de remédios... as caminhas, os brinquedinhos... Por um momento o gato passou do meu lado e eu tive a impressão de que fosse ela... Vai se difícil me acostumar, porque ainda parece q ela vai entrar no quarto e deitar ao pé da minha cama... ou que vai arranhar a porta para entrar...
Uma vez, quando ainda filhote, ela fez xixi na casa da minha avó e ao ver aquilo no meio da sala minha irmã deu uma bronca nela. Ela saiu correndo para o quintal, buscou um pano de chão e trouxe para limpar a sujeira!
Outra vez, enquanto eu levava o lixo para fora do apartamento, ela saiu e não a vi. Fechei a porta e ela ficou para fora. Como a porta das escadas estava aberta, ela desceu até o terceiro andar onde morava nossos amigos que sempre visitávamos com ela e que ela adorava. Arranhou a porta até abrirem e levamos um susto quando nos ligaram dizendo q ela estava lá fzendo uma visitinha...rs
É isso. Uma parte da minha vida se foi. Um ciclo se fechando. É o implacável tempo nos lembrando da perenidade e fragilidade da vida...
Fico pensando se existe vida após a morte para os animais... Nem sabemos se existe para nós humanos, certo?
Melhor parar de pensar e agradecer pelos dezesseis felizes anos das nossas vidas com a alegria da companhia dela ao nosso lado.

Descanse em paz, Cindynha!




quarta-feira, 26 de maio de 2010

Love next door


Toda manhã acordava ansiosa pelos breves segundos de tensão gostosa ao entrar no elevador e trocar meia dúzia de palavras com o que uma adolescente designaria como "o homem mais bonito e charmoso de todos os tempos".
Sim, meu vizinho era um sonho. Bom, ao menos aos olhos de uma garota ingênua e apaixonada. Esse ritual se repetia todos os dias. Ambos saíamos super cedo de casa e assim que eu apertava o botão do elevador rezava para que ele já estivesse lá no andar de baixo esperando por mim. Nunca tive que subir novamente para esperá-lo. Ele sempre estava lá, me esperando no andar de baixo. E meu coração disparava antes mesmo da porta se abrir.
Me lembro de ter comentado que queria me tornar psicóloga. Também me lembro dele ter me oferecido carona uma vez ou outra, mas aceitar seria além dos meus limites para a época, claro.
Com o tempo passamos a nos comunicar de outras formas. Seu quarto era exatamente embaixo do meu e assim fui descobrindo seu gosto musical e percebemos nosso gosto mútuo por música bem alta. Descobri que ele também gostava de Queen e descobri como podíamos nos comunicar através da música. Eu colocava a caixa de som bem pertinho da janela e vice-versa.
Me lembro da sensação gostosa de saber que aquela música estava sendo tocada para mim. Saber que ele escutava o que eu tinha para dizer através da música que eu fazia ecoar através da vizinhança toda com minha super potente caixa de som. E nunca passou disso. E um dia ele se mudou e nem ao menos soube seu nome. Ou talvez ele tenha me dito e eu o esqueci. Mas o importante permaneceu. A lembrança daquela taquicardia toda vez que a porta do elevador se abria. A lembrança de fins de semana na janela escutando a música que ecoava da janela de baixo. A lembrança de aprender a se comunicar com a linguagem do amor.
É assim que me recordo desta história. Talvez não tenha sido exatamente dessa forma. Talvez muitos dias possa ter sofrido sem encontrá-no no elevador na hora determinada. Talvez nem todas as músicas tenham sido tocadas. O fato é que, aconteceu no meu coração e minha alma gravou assim, desse jeitinho que te contei.
Love, love, love. Nesta arte, seremos eternos aprendizes, porque se um dia você se sentir muito velho para amar, estará perdido para sempre na amargura de uma vida tediosa.